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quinta-feira, 22 de agosto de 2019



A Esquerda e o terrorismo 


Como conceber que uma ideologia supostamente política e que diz se pautar na busca pela promoção da igualdade e da justiça, tenha como princípio a violência? Parece contraditório, não? Mas é o que ocorre com o chamado terrorismo revolucionário esquerdista (também conhecido por terrorismo marxista-leninista). É lógico que o terror não é exclusividade da ideologia esquerdista, também temos outras ideologias que se utilizam do terror para propagar suas crenças como é o caso do islamismo radical. Da mesma forma que outros tipos de terror, as ações violentas promovidas pelos movimentos de víeis esquerdistas pretendem derrubar um sistema para por outro em seu lugar , eles lutam pela destruição do capitalismo para implantar em seu lugar uma sociedade baseada no Socialismo (em suas mais variadas vertentes). 

A origem do terrorismo de esquerda está no anarquismo violento do século XIX e início do século XX, mas foi durante a Guerra Fria (período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991)) que ele se consolidou e foi durante os tempos conturbados dos anos 1968 que o terrorismo esquerdista cresceu. 

Para os Marxistas os atentados individuais não representavam ações de luta revolucionária, por isso não eram tratados da mesma forma que os atentados que tinham pautas políticas envolvidas, esses eram considerados como elementos formadores do marxismo como corrente revolucionária. Para os marxistas a crítica contra o terrorismo individual e o apoio ao terrorismo ideológico esquerdista nada tem a ver com questões morais, é algo puramente científico. 

Na segunda metade do século XIX, um grande número de vertentes políticas que formavam os movimentos revolucionários na Rússia, adotaram atos terroristas como estratégia e forma de luta política. Inclusive alguns de seus elementos ficaram famosos como Vera Zazulitch que assessorada por Maria Kolenkina pois em prática um atentado contra o Coronel Teodor Trepov, governador de Petrogrado, deixando-o gravemente ferido. Zazulitch foi presa, porém o descontentamento popular contra o regime e também contra o Coronel Teodor se manifestou em passeatas nas ruas, influenciando o julgamento e o regime czarista foi obrigado a colocá-la em liberdade. 

Maria Kolenkina vai para o exílio na Suíça e lá passou a se comunicar com os marxistas e a traduzir suas obras. Ela também nesse período funda o grupo Emancipação do Trabalho que teve como membro o próprio Lênin e o jornal Iskra passando a adotar táticas menos violentas, se voltando para a doutrinação cultural e ideológica das massas. Porém, foi o atentado terrorista contra o Coronel Teodor que lhe deu respaldo popular para atuar nessa outra área da militância. 

No entanto tantas outras vertentes da militância esquerdista, continuaram promovendo ações terroristas. É o caso do Populismo Russo, também conhecido como narodniks (ou Naródnaia vólia). Formado por profissionais liberais, estudantes e intelectuais esse movimento defendia a expansão da comuna agrária, em detrimento da estratégia do Partido Social Democrata Russo de Lênin, de organizar a classe trabalhadora urbana como sujeito revolucionário. Em 1881, o czar Alexandre II é abatido por estilhaços de granadas lançadas contra o Palácio de Inverno em uma ação do narodniks. 

Os Socialistas Revolucionários (SR) era outra corrente que adotava os atentados como forma de ação revolucionária. Em 1904, Viacheslav Plehve, ministro do regime czarista é assassinado por Boris Savinkov, um dos mais conhecidos terroristas dos SR. Depois foi a vez de um grão-duque que era tio do czar. 

Em relação aos atos terroristas o organizador do exército vermelho e dirigente bolchevique, Leon Trotski falou o seguinte nos anos de 1911: 

“Para que um atentado terrorista mesmo um que obtenha êxito crie confusão na classe dominante, depende da situação política concreta. Seja como for, a confusão terá vida curta; o Estado capitalista não se baseia em ministros de estado e não é eliminado com o desaparecimento deles. As classes a que servem sempre encontrarão pessoas para substituí-los; o mecanismo permanece intacto e em funcionamento. Todavia, a desordem que produz nas filas da classe operária é muito mais profunda. Se para alcançar os objetivos basta armar-se com uma pistola, para que serve esforçar-se na luta de classes? (….) Para nós o terror individual é inadmissível precisamente porque apequena o papel das massas em sua própria consciência, as faz aceitar sua impotência e volta seus olhos e esperanças para o grande vingador e libertador que algum dia virá cumprir sua missão”. 

Então o que se pode concluir é que o Trotski considerava o terrorismo individual uma contrariedade com o próprio marxismo que afirmava que a emancipação dos trabalhadores deveria ser a obra dos próprios trabalhadores, mas que o terrorismo ideológico serviria a esse propósito. 

Existiam, no entanto, ideólogos que pregavam ações pacifistas contra os atos terroristas, como o alemão Karl Kautsky. Ele acreditava que o desenvolvimento pacífico e gradual das democracias europeias culminaria numa sociedade socialista conquistada não pelo combate, mas meramente pelas melhorias econômicas para os trabalhadores. Nem é preciso dizer que tais ideólogos foram severamente criticados pelas alas mais afoitas do esquerdismo radical. 

Mas, talvez, o mais significativo seja o pensamento de Engels e Marx, sobre como o terror, não individual, mas das massas, tendo à frente os trabalhadores, seria algo não apenas legítimo como também indispensável para a emancipação dos trabalhadores. 

Em suas próprias palavras Engels diz:

“o ato no qual parte da população impõe sua vontade à outra por meio dos fuzis, baionetas e canhões, meios autoritários por excelência; e o partido vitorioso se não quer ter lutado em vão, tem que manter esse domínio por meio do terror que suas armas inspiram nos reacionários”. 

Desta forma um dos fundadores do Marxismo procura corroborar a idéia de que não há uma condenação moral ao emprego da violência em si, mas ao sujeito que a emprega e com quais objetivos e consequências isso é feito. Se o objetivo é a destruição do capitalismo em nome da implementação do socialismo, tudo é justificado. O terror empregado pelos trabalhadores na promoção da revolução socialista tem toda legitimidade diante do terrorismo individual. 

Principais grupos terroristas da atualidade. 

Ideologicamente de esquerda: 

FARC

O Departamento de Estado dos Estados Unidos e a União Européia incluíram as FARC-EP em sua lista de organizações terroristas estrangeiras. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) são uma organização marxista-leninista na Colômbia que se mantém através do lucro obtido principalmente através de extorsão, sequestro e sua participação no comércio ilegal de drogas. Suas ações são marcadas pela utilização de explosões de veículos, bombas feitas com botijão de gás, minas terrestres, assassinatos, extorsões, seqüestros, guerrilhas urbanas e milícias. 

As Farc é o único entre os grandes grupos terroristas da atualidade a declarar-se de esquerda, tendo surgido em 1964 como um braço informal do Partido Comunista da Colômbia. 


Se utilizam de menores de idade em suas fileiras de guerrilhas. Estima-se que 20 a 30 por cento dos combatentes das FARC tenham menos de 18 anos de idade, e muitos têm apenas 12 anos de idade, totalizando cerca de 5 mil crianças, que sofriam torturas ou eram assassinadas caso tentassem fugir das fileiras da guerrilha. Também influenciam empresas da área da agricultura, petrolíferas e da mineração que eram obrigadas a pagar uma mensalidade a guerrilha (chamado de “vacinas”) em troca de uma suposta proteção contra ataques terrorista e sequestros. 




Recentemente, a organização vem firmando com o governo colombiano alguns acordos de paz sob a mediação diplomática da Venezuela. Em 2017 As Farc foi transformado em um partido político onde em vez de essas quatro letras significarem Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, passam a designar o partido político Força Alternativa Revolucionária do Comum. 


Grupo terrorista Farc disfarçados de partido político. 

Organização Comunista 19 de maio 


O nome M19CO foi derivado dos aniversários de Ho Chi Minh e Malcolm X. A Organização Comunista 19 de maio, também conhecida como a Coalizão Comunista de 19 de maio, era uma auto intitulada organização revolucionária de base nos Estados Unidos, formada por membros oriundos do Weather Underground e do Black Liberation Army. Suas atividades criminosas se iniciaram em 1978 e terminaram em 1985. Faziam parte de suas fileiras elementos do Panteras Negras e da República da Nova Áfrika (RNA). 

Segundo um relatório do governo dos EUA de 2001, a aliança entre os membros do Exército de Libertação Negra e do Weather Underground tinha três objetivos: libertar ativistas políticos de Esquerda prisioneiros das penitenciárias dos EUA; apropriar a riqueza capitalista (através de roubos à mão armada) para financiar suas operações; e iniciar uma série de bombardeios e ataques terroristas contra os Estados Unidos. 

Sendero Luminoso 

O Partido Comunista do Peru, mais comumente conhecido como Sendero Luminoso, é uma organização guerrilheira maoísta que iniciou um conflito interno no Peru em 1980. Amplamente condenado por sua brutalidade, incluindo a violência contra camponeses, sindicalistas, autoridades popularmente eleitas e população civil geral, Sendero Luminoso está na lista "Organizações Terroristas Estrangeiras Designadas" do Departamento de Estado dos Estados Unidos. O Peru, a União Europeia, e o Canadá também consideram o Sendero Luminoso como um grupo terrorista e proíbem o seu financiamento ou qualquer outro tipo de apoio financeiro. 

ETA

Seu nome é uma abreviação em basco para “Pátria Basca e Liberdade”. Trata-se de um grupo terrorista separatista de Esquerda que visa à criação de um Estado com a independência do País Basco em relação à Espanha. Criado em 1959, o grupo organizou vários atentados ao longo de sua história, mas vem gradativamente reduzindo o seu arsenal militar, tendo um provável fim nos próximos anos em razão da sua não aprovação por parte da população basca, que deseja a independência local sem o uso de armas. 

IRA

O Exército Republicano Irlandês de viés esquerdista também é um grupo militar separatista que objetiva a separação da Irlanda do Norte do Reino Unido e sua anexação à República da Irlanda. Surgido no início do século XX e responsável por milhares de mortes por meio de atentados, o grupo depôs armas em 2005 depois de uma negociação firmada na década de 1990. Atualmente, o grupo utiliza meios políticos para o seu objetivo, mas ainda é considerado como uma ameaça à paz e à segurança internacionais. 

RAF

A Fração do Exército Vermelho (RAF, sigla para Rote Armee Fraktion) surgiu em 14 de maio de 1970 responsável por sangrentas ações terroristas na Alemanha entre os anos 1970 e 1980, anunciou sua dissolução no dia 20 de abril de 1998. Essa organização de extrema esquerda, foi fundada por Andreas Baader e Ulrike Meinhof. A RAF foi, ao longo de quase três décadas, o movimento terrorista mais temido na Alemanha. Pelos menos 50 pessoas – entre militares americanos, políticos e empresários – foram mortas pela organização. O grupo originou-se do movimento estudantil de 1968. Naquele ano, Andreas Baader e Gudrun Ensslin incendiaram dois estabelecimentos comerciais em Frankfurt, em protesto à guerra no Vietnã. Condenados a dois anos de prisão, foram soltos em 1969. No ano seguinte, Baader – novamente preso – foi libertado por um comando liderado pela jornalista Ulrike Meinhof. Aí nasceu a RAF. Nos meses seguintes, seus militantes foram treinados por terroristas palestinos na Jordânia. Ideologicamente, baseavam-se na guerrilha urbana da América do Sul, inspirada em Che Guevara. Os primeiros alvos de seus atentados à bomba foram o conservador grupo editorial Springer, de Hamburgo, e a sede das Forças Armadas norte-americanas na Europa, em Heidelberg. Com isso, a RAF queria torpedear o sistema de economia de mercado e democracia liberal da Alemanha Ocidental.

Sequestro de avião Em junho de 1972, o grupo sofreu o primeiro revés: todos os seus líderes foram presos. No entanto, a RAF sobreviveu. No auge de suas atividades, em 1977, assassinou o procurador-geral da República, Siegfried Buback, o diretor-presidente do Dresdner Bank, Jürgen Ponto, e o presidente da Confederação das Associações de Empregadores Alemães (BDA), Hanns-Martin Schleyer. Além disso, sequestrou um avião de passageiros da Lufthansa para a Somália, para forçar a libertação de seus militantes. Fracassado o sequestro, Baader, Ensslin e Jan Carl Raspe se suicidaram em suas celas. Ulrike Meinhof já havia se enforcado um ano antes. 

O Estado alemão tomou algumas atitudes para desmantelar o RAF: ampliou os métodos de investigação, afixou nos postos de correios da Alemanha ordens de captura de terroristas e o Parlamento alemão aprovou várias leis como uma que dava o perdão a terroristas arrependidos que denunciassem membros da RAF e o isolamento completo dos guerrilheiros presos. 



Nos anos 80, a RAF entrou em declínio. Vários terroristas "arrependidos" sumiram na clandestinidade, na Alemanha Oriental. Protegidos pela Stasi, o serviço secreto do país sob regime comunista, mantiveram-se escondidos até a reunificação alemã, executando atentados isolados. Em 1989, a RAF assassinou o diretor-presidente do Deutsche Bank, Alfred Herrhausen, e, dois anos mais tarde, Detlef Rohwedder, presidente da holding estatal Treuhandanstalt, encarregada de privatizar a economia da Alemanha Oriental. Não se sabe ao certo se esses dois atentados foram de autoria da RAF. Em março de 1993, o grupo ainda explodiu uma penitenciária, às vésperas da inauguração em Weiterstadt (Hessen). 

Em carta enviada à agência de notícias Reuters, o grupo guerrilheiro urbano RAF, afirmou que estava saindo da luta terrorista por não terem conseguidos seus objetivos: 

"No dia 14 de maio de 1970, havia surgido a partir de uma ação libertária a Fração do Exército Vermelho (RAF). Hoje pusemos um ponto final no nosso projeto. A guerrilha urbana na forma da RAF, agora, é história. 'Nós' – que estivemos organizados na RAF até o fim – tomamos essa decisão conjuntamente. A partir de agora, somos ex-militantes da RAF. O fim desse projeto mostra que não conseguimos nos impor por esse caminho. Mas nada se opõe à necessidade e legitimação da revolta." 


Seita dos Revolucionários

Grupo de extrema-esquerda a Seita dos Revolucionários é uma organização terrorista grega que recorreu à violência para fomentar uma revolução e derrubar o governo grego. Surgiu em fevereiro de 2009, após as desordens urbanas de dezembro de 2008 na Grécia. A Seita dos Revolucionários reivindicou o assassinato do jornalista grego Socratis Guiolias diante da sua casa. "Estamos em guerra contra a vossa democracia", afirmou o grupo ao reivindicar o assassínio de Guiolias. 

PCC (Primeiro Comando da Capital) 

O PCC é uma organização terrorista e um braço armado clandestino da esquerda brasileira. É impossível definir o PCC somente como uma organização criminosa motivada pela parte econômica, além deste fator é muito forte nesta organização o desejo de promover a desestabilização do Estado e a mudança do status quo em prol de ideais socialistas. 

Esse grupo age de forma a levar a impotência ao poder público, se tornando especialistas na promoção do terror como estratégia de além de aterrorizar a população, forçar o Estado a realizar algo que eles desejam. Também se utilizam de seus atos de terror para fragilizar governos opositores aos ideais esquerdistas que eles defendem e se beneficiarem de alguma forma. Na clandestinidade, que lhes garante vantagens em relação aos agentes da lei, seus membros encontram ambientes favoráveis para a promoção da violência e do terror calcados em princípios de Sun Tzu, Maquiavel e Robespierre. 

Assim como surgiu o Comando Vermelho (CV) (veja mais aqui), o PCC foi forjado no convívio de presos políticos com outros criminosos, nos final das décadas de 1960 e início da de 1970. Os presos políticos passaram para os criminosos comuns suas técnicas de liderança, organização e pautas de luta socialistas. Materiais como “O Pequeno Manual do Guerrilheiro Urbano” de Carlos Marighella, “Guerra de Guerrilhas” de Ernesto Che Chevara, entre outros, influenciaram nessa formação, ao servirem como roteiro de metodologia a ser seguida e proporcionarem uma relação de publicações a serem lidas pelos guerrilheiros. 

O Primeiro Comando da Capital (PCC), fundado no ano de 1993, resulta da luta contra a “opressão e as injustiças” do Campo de concentração “anexo” à Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté. 

Usando a mesma linguagem da guerrilha – irmão, coletivo, partido, Campo de Concentração – forma-se uma nova organização criminosa. Numa comparação com o estatuto do CV, as diretrizes e anseios são quase os mesmos. 

Chama atenção o parágrafo 16 do estatuto do PCC, que diz o seguinte: 

“o importante de tudo é que ninguém nos deterá nesta luta porque a semente do Comando (PCC) se espalhou por todos os Sistemas Penitenciários do estado e conseguimos nos estruturar também do lado de fora, com muitos sacrifícios e muitas perdas irreparáveis, mas nos consolidamos a nível estadual e a médio e longo prazo nos consolidaremos a nível nacional. Em coligação com o Comando Vermelho – CV e PCC iremos revolucionar o país dentro das prisões e nosso braço armado será o Terror “dos Poderosos” opressores e tiranos que usam o Anexo de Taubaté e o Bangu I do Rio de Janeiro como instrumento de vingança da sociedade na fabricação de monstros”. 

CV (Comando Vermelho) – A facção descende da Falange Vermelha foi criada por Rogério Lemgruber na década de 1970. O Comando Vermelho (CV e CVRL (Comando Vermelho Rogério L.) surgiu da convivência entre criminosos comuns e ativistas políticos dentro do presídio da Ilha Grande, no Rio de Janeiro, entre os anos de 1969 a 1978. O relacionamento entre as duas organizações criminosas forjou uma cumplicidade onde os militantes esquerdistas ensinaram aos bandidos as técnicas de guerrilha, bem como a linguagem característica da luta revolucionária. Entre os integrantes da facção, que se tornaram notórios depois de suas prisões, estão o líder Fernandinho Beira-Mar, Marcinho VP, Mineiro da Cidade Alta, Elias Maluco e Fabiano Atanazio (FB). 

A organização criminosa foi retratada no filme dirigido por Caco Souza, 400 contra 1 - A história do Comando Vermelho, estrelado por Daniel de Oliveira. O filme Quase Dois Irmãos também conta a história da origem da facção. Em 2004, Caco Souza lançou Senhora Liberdade, um documentário de 18 minutos de duração que se baseia na história de William da Silva Lima, um dos fundadores do Comando Vermelho. 

Em seu livro Comando Vermelho - A História Secreta do Crime Organizado,  Carlos Amorim, revela a face do Comando Vermelho com muitos depoimentos. Um dos mais marcantes é o de William Lima da Silva, o "Professor", fundador e guru do Comando Vermelho, citadas à p. 255:


"Conseguimos aquilo que a guerrilha não conseguiu: o apoio da população carente. Vou aos morros e vejo crianças com disposição, fumando e vendendo baseado. Futuramente, elas serão três milhões de adolescentes, que matarão vocês [ a polícia ] nas esquinas. Já pensou o que serão três milhões de adolescentes e dez milhões de desempregados em armas?"



Grupos terroristas apoiados pelo esquerdismo mundial. 


Al-Qaeda

Com nome que significa “a base” em árabe, essa é a organização terrorista mais conhecida do mundo, sobretudo em razão dos atentados às torres do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001. Ela é majoritariamente composta por muçulmanos fundamentalistas e tem por objetivo erradicar a influência ocidental sobre o mundo árabe. Foi criada em 1980 para defender o território do Afeganistão contra a URSS, que buscava expandir o domínio socialista sobre o país. Inicialmente essa organização contava com o apoio dos EUA, mas rompeu relações com esse país no início da década de 1990. Recebe apoio dos esquerdistas pro ser uma organização anti americana e anti ocidentalista. 

Boko Haram

O significado do seu nome é “a educação não islâmica é pecado”, sendo às vezes traduzido também como “a educação ocidental é pecado”. O Boko Haram é também uma organização antiocidental que objetiva implantar a sharia (lei islâmica) no território da Nigéria. Ela foi fundada em 2002, mas ganhou notoriedade maior em 2014 com o sequestro de centenas de jovens, além de uma série de atentados que resultou em uma grande quantidade de mortes. Os atentados mais radicais iniciaram-se em 2009, quando o então líder e fundador, Mohammed Yusuf, foi assassinado pela polícia nigeriana. Recebe apóia da Esquerda mundial por questões de pautas anti capitalistas, anti cristãs e anti americanas. 

Hamas

Apesar de não ser considerado como um típico grupo terrorista por alguns analistas, o Hamas — sigla em árabe para “Movimento de Resistência Islâmica” — é temido pela maioria das organizações internacionais e Estados, sendo por isso classificado como tal. Ele atua nos territórios da Palestina, tendo como objetivo a destruição do Estado de Israel e a consolidação do Estado da Palestina. O seu braço armado é uma frente chamada de Al-Qassam, além de configurar-se também como um partido político que, inclusive, venceu as eleições em 2006 e que hoje controla a Faixa de Gaza. Países apoiadores do Hamas, como Turquia e o Qatar, não consideram o grupo como uma entidade terrorista, mas sim uma frente política legítima. 




O Brasil não reconhece o Hamas como grupo terrorista, ou pelo menos não reconhecia até o governo Bolsonaro. 



Estado Islâmico (EIIS)

O Estado Islâmico no Iraque e na Síria (EIIS) é um grupo terrorista jihadista que age nos dois referidos países, tendo surgido em 2013 como uma dissidência da Al-Qaeda, inspirando-se nesse grupo. O seu líder é Abu Bakr al-Baghdadi, que liderou a Al-Qaeda no Iraque em 2010 e que havia participado da resistência à invasão dos Estados Unidos ao território iraquiano em 2003. O objetivo do EIIS é a criação de um emirado islâmico abrangendo os territórios da Síria e do Iraque. 

Talibã

O grupo Talibã é um grupo político que atua no Paquistão e no Afeganistão, também preocupado com a aplicação das leis da sharia. O grupo comandou o Afeganistão desde 1996 até 2001, quando os EUA invadiram o país após os atentados de 11 de setembro. Com a retirada das tropas estrangeiras, o grupo vem fortalecendo-se e retomando o controle de boa parte do território afegão. 

Curiosidades sobre o tema: 

O filme Pastoral Americana trata desse tema – e não poderia haver época mais apropriada para o cinema americano colocar esse drama nas telas: a história faz pensar nas centenas e centenas de casais europeus que têm perdido seus ¦lhos jovens para diversas organizações terroristas árabes, e até para facções neonazistas. 

O site “Diário Online Causa Operária”, ligado ao Partido da Causa Operária (PCO), publica um texto em que apóia atentados terroristas como forma de “reação primitiva e legítima diante da opressão imperialista”. O texto foi ao ar dois dias depois do atentado terrorista islâmico em Barcelona que matou 15 pessoas. O exemplo usado para justificar atos terroristas de islâmicos do Norte da África e Oriente Médio foi o de Leopoldo II que dizimou o Congo usando um acordo entre estados. Fotos de militantes e simpatizantes do grupo terrorista islâmico Hezbollah foram utilizadas pelo site. 


Cesare Battisti é um terrorista de extrema-esquerda, assassino de três pessoas e mandante do assassinato de uma quarta. Seus crimes foram perpetrados quando militava no grupo Proletários Armados pelo Comunismo (Proletari Armati per il Comunismo, PAC)













Fonte: 


- Porque os marxistas se opõem ao terrorismo individual. 1911. www.marxists.org


PENA, Rodolfo F. Alves. "Principais grupos terroristas da atualidade"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/grupos-terroristas-mundo.htm. 



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