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quinta-feira, 27 de julho de 2023

  


Por que que a grande mídia e os movimentos feministas escondem que
Sinead O'Connor foi abusada sexualmente por sua mãe?

 

Sinead O'Connor a cantora que ficou famosa pela versão 'Nothing Compares 2 U' na década de 90 e por inúmeras polêmicas, como ter rasgado a foto do papa João Paulo II, morreu nesta terça-feira, 25/07/23, aos 56 anos. A causa da morte não foi revelada. Sinéad enfrentava uma série de problemas de saúde mental. No ano passado, o filho de 17 anos, Shane O'Connor, foi encontrado morto. Ele também passava por um tratamento psiquiátrico.




                                             Rasgando a foto do papa João Paulo II






Depois de ter revelado que lutava contra vários transtornos psiquiátricos e que tinha pensamentos suicidas, a artista concedeu uma entrevista ao psicólogo norte-americano Dr. Phil no programa de televisão homónimo.

Sinead O’Connor diz: "estou farta de ser definida como uma pessoa louca."

No mesmo vídeo, a artista confessou ao psicólogo que tinha uma relação conturbada com a mãe e que esta cometeu uma série de abusos físicos e sexuais contra ela.

Questionada pelo Dr. Phil sobre o que mais gostava da progenitora. A cantora respondeu: "o que mais amo na minha mãe é que ela está morta."

"Ela tinha uma câmara de tortura. Sentia prazer em ferir", adiantou Sinead O’Connor.

No mesmo vídeo, o apresentador revela que a cantora já tentou se suicidar oito vezes no período de um ano.

 

No seu livro de memórias, ‘Rememberings’, a cantora esmiúça a sua vida instável, desde os maus-tratos da mãe aos ataques que sofreu pela indústria da música e os seus últimos anos em clínicas de recuperação mental

 

Os maus-tratos que Sinéad O’Connor sofreu quando criança por parte da mãe, e que relata nas suas memórias, perturbam o leitor. “Sou a menina que chora de medo no último dia antes das férias de verão. Tenho que fingir que perdi meu stik de hóquei porque sei que, se o levar para casa, a minha mãe vai bater-me com ele durante todo o verão. Embora talvez prefira o escovão de limpar tapetes. Ela vai me fazer tirar a roupa, vai me obrigar a deitar no chão e abrir os braços e as pernas, para poder bater nas partes íntimas com o cabo da vassoura.”

 

Os pais divorciaram-se quando tinha oito anos. O pai ficou com a guarda dos quatro filhos, mas Sinéad e John, o seu irmão mais novo, voltaram para a mãe porque sentiram a sua falta. Durante sete anos Sinéad sofreu abusos da mãe. Aos 14 anos, foi internada num “centro de reabilitação para menores com problemas de comportamento”. Aos 15 anos ingressou num internato religioso. Aos 17, fugiu. Durante a infância e a adolescência, desenvolveu uma rebeldia e também uma profunda fragilidade. Quando completou 18 anos, a mãe morreu num acidente de carro.

Dedica 14 páginas a esmiuçar um encontro na casa de Prince, que, segundo ela, resulta em assédio por parte do cantor. Consegue escapar, mas ele persegue-a de carro

Na parte final das memórias, descreve a sua penosa situação nos últimos tempos, com quatro anos percorrendo várias instituições de recuperação mental. Atribui isso a uma histerectomia radical (retirada de todo o aparelho reprodutor: útero, trompas, ovários …) que desembocou “numa crise nervosa total” e que acredita ter sido um erro de diagnóstico do médico.

As memórias terminam com um epílogo/carta ao pai, que ainda está vivo. Nela atribui tanto a ele como à mãe os seus problemas mentais. Diz que nasceu com “uma anomalia cerebral derivada do DNA dos O’Grady” (o ramo materno), que se acentuou ao sofrer um acidente aos 11 anos. E conclui, com humor, apesar de tudo: “Portanto, mesmo que tivesse tido São José e a Virgem Maria como pais e tivesse sido criada na Little House on the Prairie, seria sempre mais louca do que uma cabra e totalmente descontrolada”.

 

“Era uma câmara de tortura. Ela era uma pessoa que tinha prazer, que sorria ao te machucar”. A artista contou que seus irmãos também sofreram nas mãos da mãe, mas detalhou apenas o seu caso pessoal. “Minha memória mais antiga é dela dizendo que eu não devia ter nascido” falou. “Ela não queria filhas. Ela queria que eu fosse um menino. Ela me vestia como menino e cortava meu cabelo. Quando ela me batia, o que acontecia todo dia, eu estava pelada. Eu tinha de tirar as roupas. Eu tinha que deitar no chão. Eu tinha que abrir as minhas pernas e braços. Eu tinha que deixar ela atacar minha barriga. Ela queria destruir meu ventre. Ela queria acabar com meu sistema reprodutor. Ela queria eu deixasse de ser mulher”.

 

Segunda a cantora, ela ainda sofreu abuso infantil, assunto que foi tema de sua música

 



 

Fire On Babylon (tradução)

Sinéad O'Connor

She Who Dwells

 

Fogo na babilônia

 

Ela tirou meu pai de minha vida

Tirou meu irmão e minha irmã

Eu assisto ela torturando minha criança.

Eu fui fraca, mas agora eu cresci

 

Refrão:

Fogo na babilônia

É uma mudança chegou

Fogo na babilônia

Fogo(3x)

 

Ela tirou tudo que eu gostava

Ela tirou cada amante

E ela sempre mentiu pra mim

Apenas para me fazer pensar que a amei

 

Fogo na babilônia

Uma mudança chegou

Olhe o que ela fez para o filho dela

Fogo, fogo, fogo

Queime

 

Vida de trás pra frente

Vida de trás pra frente

As pessoas de viram

A casa está queimada

A casa está queimada

As crianças se foram

 

Fogo, fogo.

 

Fogo na babilônia

Uma mudança chegou

Olhe o que ela fez do filho dela

Olhe o que ela fez do filho dela

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fontes:

 

https://jtm.com.mo/lazer/sinead-oconnor-conta-sua-insuportavel-verdade/

https://brasil.elpais.com/cultura/2021-06-13/sinead-oconnor-conta-sua-insuportavel-verdade-de-uma-vez-por-todas.html