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quinta-feira, 7 de janeiro de 2021


Os vínculos do PCC com a esquerda armada e a inspiração boliviana

Livro relata como o PCC se transformou no primeiro cartel de drogas do Brasil e como as relações de seu líder Marcola internacionalizaram a organização.


Publicado por Caio Rivas


Fundado em 1993, o PCC evoluiu de uma espécie de sindicato de criminosos à maior organização criminosa do Brasil. O passos percorridos pelos bandidos, ao longo dos últimos 25 anos, são descritos no livro Laços de Sangue: a história secreta do PCC (Matrix Editora, 248 pág.), do procurador Marcio Sergio Christino e do jornalista Claudio Tognolli.



Christino, que é um dos principais investigadores das ações do PCC, narra os resultados de suas pesquisas e fatos dos quais é testemunha. O principal deles é como o líder do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, se consolidou como chefão da organização.

Depois de conquistar o comando do PCC, Marcola traiu dois fundadores do PCC que percebia como as únicas ameaças ao seu reinado absoluto. Segundo relata Christino, Marcola passou a trabalhar como informante da polícia paulista. Marcola entregou para polícia a poderosa rede de comunicação chefiada por José Márcio Felício, o Geleião, e César Augusto Roriz Silva, o Cesinha. A traição de Marcola, que sacrificou uma importante parte operacional da organização, foi apenas um dos passos iniciais do golpe que ele empreendeu para refundar o PCC.

O golpe de Marcola coincide com um fato bizarro que contou com a “colaboração” das autoridades paulistas. Em 2002, o guerrilheiro chileno Mauricio Hernandez Norambuena, preso pelo sequestro do publicitário Washington Olivetto, foi enviado para o mesmo presídio de Marcola, na cidade paulista de Presidente Bernardes.

Norambuena, que é um guerrilheiro treinado por Cuba para realização de ações de guerrilha na América Latina, transformou-se no “Mestre Terrorista” de Marcola. Idolatrado por seu passado pelas lições que apresentou ao líder do PCC, o chileno ganhou o status de professor para Marcola. Segundo Christino, o convívio de Marcola com Norambuena mudou de forma definitiva o modelo de ação da organização.

“O Brasil Boliviano”

Segundo o procurador Marcio Sergio Christino, além da influência estratégia e tática aprendidas por meio do convívio com o “professor terrorista” Mauricio Hernandez Norambuena, o PCC está reproduzindo no Brasil os passos já testados pelos movimentos cocaleiros da Bolívia.

Depois dos violentos conflitos registrados em 2006, o PCC compreendeu que as ações espetaculares e a violência desmedida não ajudariam no avanço dos negócios. E passaram a focar no modelo cocaleiro boliviano que, apenas um ano antes, havia conseguido eleger o seu líder Evo Morales como presidente da Bolívia como o principal exemplo a ser seguido.



Caio Rivas  Advogado e Pesquisador

Advogado membro do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/SP Pós-Graduado em Direito Penal, em Processo Penal e em Direito Constitucional pela Faculdade Damásio, Pós Graduado em Direito Internacional pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul Possui Habilitação para o Magistério Superior (nota 10 na disciplina Didática do Ensino Superior) Licenciando em História e Pós-Graduando em Política e Sociedade Certificado por mais de 100 Cursos de Extensão pela USP, FGV, CNJ, Instituto Reinaldo Polito, UCAM, CERS, Instituto do Legislativo Brasileiro, Escola Nacional de Administração Pública, Instituto do Legislativo Paulista, Escola Paulista de Direito e na Escola Nacional dos Delegados de Polícia Federal Colunista no "BlogdoWerneck" Embaixador Virtual da ONG "Ranking dos Políticos"

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