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quinta-feira, 28 de março de 2019

Violência doméstica contra homens: Por que todos estão calados? 



Sim, violência doméstica contra homens, você não leu errado. Nós nos acostumamos a acreditar que em um ambiente familiar, somente o homem é capaz de promover a violência, de que o homem é sempre o agressor e que a mulher, sempre vítima, não é capaz de promover violência ou de que quando ela promove, é sempre em resposta a anos de agressão do homem. A mulher é sempre vista como vítima inocente, sempre. Ora, a violência no âmbito familiar pode ser promovida pelo homem, pela mulher ou até mesmo pelos dois (ou até mesmo pelos filhos contra os pais). Veja este vídeo onde em uma entrevista, um casal que foi acompanhado por profissionais da psicologia para aprenderem a lidar com agressões constantes (e mutuas), revela que os dois eram culpados pelas desavenças. Note, porem, que o homem tem receio de informar que a mulher também o agredia, mas ela quebra o paradigma e revela que também era promotora da violência que os atingiam.


Mas por que percebemos a realidade da violência doméstica com esse viés voltado somente em prol da mulher e sempre contra o homem? As estatísticas oficiais de violência doméstica contra os homens no país, não existem e os poucos estudos realizados a respeito não recebem a visibilidade necessária. Não existe ativismo de forma intensa (nem mesmo existe ativismo), trabalhando toda e qualquer situação de agressão ao homem, como é feito em relação as mulheres, nem também existe uma mídia idem em prol do homem que promova diuturnamente a indução de que uma determinada classe é agressiva e a outra é vítima.

A verdade é que a violência não tem sexo, mas no Brasil, o homem é impedido de denunciar que sofre violência doméstica, então ele é obrigado a conviver diariamente com essa invisibilidade. Isso ocorre por conta do preconceito e da ridicularização em cima do tema: “homem que apanha de mulher não é homem”.



Para a grande maioria das pessoas, é senso comum que à mulher seja atribuído um caráter de mansa, serena, inofensiva e incapaz de praticar crimes. Isso é um tabu que perdura na sociedade até o presente momento e pelo visto ainda vai perdurar por muito tempo. Com isso as mulheres ganham um salvo conduto para serem violentas e depois de sofrerem com o revide dos homens, posarem de inocentes vítimas. Muitas dessas agressões são aceitas por não serem físicas ou não causarem grandes danos físicos ao homem atacado. São descaracterizadas como violência por supostamente não serem gravemente danosas fisicamente ao sexo masculino. Como uma frágil mulher pode machucar de fato um homem fisicamente superior a ela? Afirmam muitos dos que se negam a aceitar, a possibilidade que seja, da mulher também ser violenta.

O sexo frágil nem sempre é tão frágil assim.



Porém a literatura (científica, psciológica... ou não) sempre procurou alimentar o mito da mulher frágil: Cesare Lombroso, pai da criminologia moderna, em seu livro La donna delinquente, explicou que a fisiologia da mulher desde a sua concepção já demonstra passividade e inercia, vez que o óvulo permanece imóvel em relação ao espermatozoide, e essas características fisiológicas também seriam características inerentes a personalidade. Por outro lado, também sempre revelou um lado sombrio e dissimulado: Espinoza afirmou que “ela é potencialmente amoral, quer dizer, enganosa, fria, calculista sedutora e malévola”.



Além da diferença e justificativa fisiológica, Lombroso acreditava que características de ordem biológica também influenciavam as mulheres á praticas delituosas: A mulher ficava mais suscetível a práticas criminosas quando influenciada por elementos biológicos, tais como a puberdade, a menstruação, a menopausa, o parto, uma vez que, no período desses acontecimentos, ela se mostrava mais irritada, instável, agressiva e psicologicamente abalada. (LOMBROSO, apud SOHIET, 1989).

Essa conclusão não está tão longe de uma defesa sentimentalista, uma tentativa de justificação carregada de emotividade em prol do “ser que gera a vida”, mas que também pode eliminá-la, não por que é mulher, mas por que é um ser humano como qualquer outro.

Isso trouxe como resultado a introdução na sociedade do conceito de “criminalidade feminina”, onde todo ato de delinqüência praticado pelas mulheres seria  explicado  como passionalidade, revolta ou emoção. Essa situação, no entanto, não seria aplicada em relação aos homens, que, notoriamente seriam violentos pela própria natureza. No entanto, hoje se verifica que além de ciúmes, traições, maus tratos anteriormente sofridos ou proteção da prole, as mulheres cometem delitos contra vizinhos, amigas, colegas de trabalho e qualquer outra pessoa conhecida ou não, que possam ter se desentendido, e agem por vingança, por vezes de modo premeditado e com requintes de crueldade.

Ele contribuiu também para a formação equivocada do conceito de que a criminalidade feminina é numericamente inferior a praticada pelos homens, atrelando-a também a concepção materna e biológica.



Propôs ainda, que as penas deveriam não ser restritivas de liberdade e que deveriam afetar a vaidade feminina como deixá-las sem maquiagem, tirarem seus acessórios ou cortar bem curto o seu cabelo.  Outra ação protetora e passional em relação a elas.

Outro estudo importante foi produzido por Durkeim. Ele forneceu uma análise sociológica da criminalidade feminina observando as disparidades na justiça entre os sexos e explicou que a educação dada ás mulheres, pelos pais e professores era mais gentil que a oferecida aos homens. Esse zelo excessivo deu, de certa forma, uma espécie de carta branca e foi um escudo para o exagero de sentimentos, emoções e reações, inclusive criminosas, o que pode ser observado com frequência até os dias atuais.

Segundo Durkeim, as mulheres cometem delitos, porém o perfil de suas vítimas é mais especifico, são homens receiosos de serem tachados de frouxos ou de terem sua masculinidade desacreditada; são também as crianças e os idosos. Também lhes servem de capa protetora a facilidade para ocultar tais crimes, por eles ocorrerem no âmbito privado do lar.

A sociedade, historicamente deu privilégios à mulher devido ao conceito do “sexo frágil”. Esse comportamento foi denominado por Colette Parent, de “proteção cavalheiresca”. É lógico que em se mantendo esse conceito, os privilégios voltados para a mulher estarão cada vez mais reduzindo suas responsabilidades penais e gerando cada vez mais processos penais discriminatórios contra os homens (aqui, sem vitimismo piegas). Com isso, também ocorrerá o aumento da violência promovida pelas mulheres e também as ações de manipulação e omissão por parte das mídias atreladas aos movimentos feministas, que buscam o empoderamento feminino.


Mulher bate no Marido em Itororó-Ba.

Por outro lado, o homem vítima dessa “mulher empoderada” e superprotegida, estará submetido a processos diários de stress, decorrentes de humilhações e agressões psicológicas e verbais, que serão agravados ao se somarem a automedicação ou ao consumo exacerbado de substancias prejudiciais ao organismo (drogas e bebidas alcoólicas). Isto tudo potencializará o desequilíbrio emocional do homem levando a cometer crimes como agressões físicas, assassinato ou até mesmo o suicídio.


O homem vítima deste “silencio social” fica também calado, por vergonha dos amigos, familiares e até mesmo de profissionais da saúde. Este clico continuado fragilizará cada vez mais o agredido a ponto de levá-lo ao suicídio, pois já não tem mais nenhuma esperança de se livrar de tal situação, afinal de contas tudo e todos estão contra ele.

O suicídio quase sempre é dissimulado, pois o homem tem vergonha de passar para os filhos e parentes a imagem de que foi “fraco” e normalmente ele ocorre de forma velada, se demonstrando uma completa surpresa para os mais próximos. Muitos se questionam; “Como alguém tão bem sucedido, bem casado, com filhos maravilhosos, tira sua própria vida? Isso não faz o mínimo sentido.”


 Programa Opinião - Violência doméstica contra homens com a Psicóloga Simone Alvin. 

O tabu da violência sofrida pelos homens nas relações conjugais é tão dominante, que nem mesmo a morte é capaz de quebrar o seu silêncio.

O Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli (Claves da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, realizou um estudo sobre agressões no namoro com 3.200 estudantes de 104 escolas públicas e particulares, em 10 estados, e revela que 9 em cada 10 adolescentes praticam ou sofrem violência no namoro; 30% das meninas agridem fisicamente o namorado (tapa, puxar cabelo, empurrar, desferir soco e chute); 17% dos meninos agridem.

Um dos primeiros estudos que investigou os abusos sexuais cometidos por mulheres contra os homens, foi realizado no Reino Unido em 2017, com 200 homens. O resultado mostrou que 80% dos homens nunca contou o ocorrido e 74,5% não procurou qualquer tipo de apoio.

Segundo a autora da pesquisa, 20,9% dos homens relataram consequências emocionais negativas. O fundador da Survivor Manchester, organização de apoio a homens vítimas de violência sexual, disse:

 "É um estudo revolucionário feito pela doutora Weare. Eu fiquei muito contente de apoiar a pesquisa, porque ela traz luz à um dos últimos tabus na sociedade: homens vítimas de mulheres. Temos de romper o silêncio e deixar os homens saberem que estamos aqui para ouvi-los e apoiá-los."


Em um programa estrangeiro de TV Violência doméstica contra homem é motivo de risos. 


Diante da ausência de dados oficiais no Brasil sobre a violência conjugal contra os homens, realizou-se um questionário no googleforms, e disponibilizado em redes sociais (páginas e grupos do facebook), para o público masculino responder, com a participação de 833 homens, entre o dia 14/04/2018 e 24/04/2018. Foi publicado na Revista Eletrônica Âmbito Jurídico.

Entre as perguntas:

1. Já sofreu algum tipo de violência nas relações intimas de afeto? 63,6% sim (521 pessoas); 15,6% talvez (128 pessoas) e 20,8% não (170 pessoas)

2. Justifica tudo o que faz, e quando se esquece ou não tem tempo, ocorrem brigas? (ou já passou por isso em algum relacionamento?) 78,6% sim (629) e 23,3% não (190)

3. Não pode estar com amigos ou sua família porque ela tem ciúmes? (ou já passou por isso em  algum relacionamento?) 63% sim (516) e 37% não (303)

4. A mesma mulher praticou mais de uma dessas condutas e em momentos diversos? 81,4% sim (667) e 18,6% não (152)

5. Pode relatar o que sentiu após a violência sofrida, praticada ou retribuída? Recebi só no espaço aberto do questionário 464 relatos, além de outros em redes sociais.

Por meio do questionário verificou-se que os próprios homens não sabem identificar a violência afetiva – na primeira pergunta 63,6% (521) disse que sofreu violência afetiva, já ao final do questionário o número elevou-se para 75,3% (615) – e que um grande percentual naturaliza como comportamento feminino a invasão de privacidade, perseguição, posse, tapas, ser atingido por objetos e destituído de contato com a própria família, amigos e lazer individual.



Violência contra homens e mulheres: Igualdade, propaganda feminista, vitimismo e utopia 



Por fim, não cabe aqui retirar culpa de quem quer que seja, mas omitir-se frente as injustiças, também é praticá-las. Portanto, o mais justo a fazer é reconhecer que há um processo atuante na sociedade que visa a desqualificação dos crimes cometidos pelas mulheres, em prol de pautas feministas (o tal empoderamento feminino), há um completo ocultamento dos crimes cometidos pelas mulheres e, por outro lado, promovesse a degradação da imagem do homem, expondo incessantemente seus crimes. Não existe um pensar dominante na sociedade, principalmente nas mídias jornalísticas e na internet, de que os dois, homens e mulheres, são capazes de serem violentos e de promoverem os mais variados tipos de violência. Isso, no entanto, esta mudando, lentamente, mas está.

"Toda mulher sábia edifica a sua casa; mas a tola a derruba com as próprias mãos." – Provérbios 14:01 

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