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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020





Novilíngua – Arma que amordaça o raciocínio e o debate. 



Em seu livro “1984” o escritor George Orwell nos revela uma tática maquiavélica do governo super autoritário do qual trata a obra: a implementação da novilíngua ou novafala. 

O que isso significa? 

Este novo linguajar ou dialeto seria formado pela desconstrução ou remodelação do sentido de palavras existentes, pela remoção de algumas e pela formação de outras que passariam a determinar novos sentidos, de acordo com os interesses maquiavélicos do governo. O principal objetivo do surgimento da língua nova seria restringir o pensamento e o debate sobre temas específicos. Se não é possível definir algo, a situação é como se esse algo não mais existisse. Desta forma, as pessoas não poderiam mais fazer críticas pertinentes a algo, pois essa, coisa já não existiria mais, por definição. Não podendo mais falar sobre algo, esse algo passa a ser de domínio do Estado ou de determinados grupos. O Estado então passaria a controlar o pensamento das pessoas e a impedir ações contra si partindo delas. 




Não devemos confundir novilíngua com tabu em relação a determinadas palavras (os palavrões, por exemplo) pois não se trata da simples proibição de se falar algo, mas de restringir as possibilidade de raciocínio sobre os temas aos quais as palavras nos remetem. 

Uma das principais característica da Novalíngua é a redução do número de seus termos, ocorrendo o inverso da realidade de outras línguas que sempre anexam novas palavras e termos. 

Orwell nos dá em seu livro vários exemplos, um deles é a desconstrução da palavra “mau”. Se algo é tratado como “bom”, outra coisa não poderia ser tratada como “mau”, o correto seria dizer “imbom” ou “desbom”. Assim o conceito de “mau” seria transformado em algo menos negativo. Ele seria apenas algo que não é assim tão bom, relativizando o “mau”. 

A novilíngua pretende eliminar a representação do errado através das palavras. Continuar definindo o errado como errado passa a ser considerado um crime, que foi denominado de “crimideias”. 

Ela também pretende implantar a predominância do “duplipensar” onde a duplicidade de pensamentos imperaria e promoveria a falsa percepção de que o errado está certo. 

Trabalharia também com os conceitos de “Impessoa” e “Despessoa”. É o aniquilamento das lembranças de uma pessoa que já morreu, através da eliminação dos registros históricos. 

Aqueles que forem propagadores e defensores da Novilíngua seriam chamados de “bempensante” e a eles caberia a função de “Crimideter”, que segundo o próprio George Orwell seria a "Faculdade de deter, de paralisar, como por instinto, no limiar, qualquer pensamento perigoso. Inclui o poder de não perceber analogias, de não conseguir observar erros de lógica, de não compreender os argumentos mais simples e hostis ao Ingsoc, e de se aborrecer ou enojar por qualquer trem de pensamentos que possa tomar rumo herético."

Talvez a mais radical das proposta da Novilíngua seja o “Negrobranco” que desvirtua plenamente a percepção da realidade, se isso for favorável ao Partido. Ex: Um negro pode ser chamado de branco (e vice versa) mesmo que os olhos dos espectadores não consigam percebê-lo assim. A realidade dos fatos não importa, mas sim, os objetivos que se desejam alcançar com a distorção proposta. Um exemplo é a transformação de pardos em negros quando se tenta argumentar que há mais “negros” nas prisões que branco e ao mesmo tempo ele deixa de ser negro, quando se deseja colocar os negros como minoria numérica na sociedade brasileira. 

Vejamos alguns termos que foram desconstruídos, seguindo os padrões propostos pela Novilíngua de “1984”: 




Racismo: 

Deixou de ser um termo que se refere à segregação racial, como ocorreram na África do Sul com o Apartheid e as leis segregacionistas americanas dos anos 50 e passou a ser tratado como um comportamento hostil, preconceituoso ou descriminatório contra pessoas, grupos sociais, raças e etnias. O normal é que se refira apenas a atos contra índios, árabes e principalmente negros. Ofensa racial ou preconceito racial passou a ser tratado como racismo. O racismo real que o termo se designa, não existe mais no Brasil e a desconstrução da palavra, desta forma, fomenta os ativismos que militam em defesa da negritude, gerando nos tempos atuais inconformações similares as do século XVIII, como se ainda vivêssemos nos tempos da escravidão. Isso é o que grupos específicos desejam que ocorram para que os grupos afetados se sintam infinitamente mais ofendidos do que realmente são. 



Feminicídio: 

O termo criado como forma de atribuir à mulher ser vítima “apenas por ser mulher” vai na contra mão do termo homicídio, que nunca distingue a vítima por seu sexo. Desta forma, dizer que a mulher foi vítima de feminicídio é dizer que o seu algoz é um machista e que a mulher em nada contribui para a divergência que levou ao assassinato. Todas as mulheres se tornam então vítimas em potencial de um homem categorizado como machista, capaz de agredi-la ou mesmo matá-la tão somente "por ela ser mulher". Fatores como ciúmes, drogas, pobreza extrema, possessividade, stress etc, que são possíveis a qualquer pessoa, independente do sexo, são desprezados. O único fator aceito, mesmo que não comprovado, é o do preconceito contra a condição de ser mulher. 



Bandido: 

O termo que antes se referia a qualquer um que estivesse fora da lei ou que cometesse atos de violência é transformado em algo que nos remete a uma pessoa vítima da sociedade. Aquele que não teve oportunidades na vida e que só vai para o mundo do crime por influência e cobrança de uma sociedade exigente e descriminatória. O bandido passa a ter uma conotação de cidadão comum, igual a qualquer outro, desta forma, receberá atenção de políticas públicas que o proteja e o beneficie. Assim, o agente que promove o crime ganha um novo status na sociedade e ocupa lugares que antes, de forma alguma, se permitiria. Ele dá entrevistas, tem sua vida transformada em documentário e se torna mocinho na novela das 8. 


Amor: 

O termo foi transmutado para “sexo”. Deixou de ser um sentimento para ser um ato. Isto foi feito para colocar todas as opções sexuais, até as que são tratadas pela sociedade como inadequadas ou mesmo criminosas, como algo comum. Desta forma toda relação sexual pode ser considerada um ato de amor, seja ele entre heterossexuais ou homossexuais, abrindo-se assim, também, o caminho para o reconhecimento, como forma de amor, para os atos que são considerados (por enquanto) atos criminosos como a pedofilia e a zoofilia. Como diz a letra da música do Lulu Santos: “Consideramos justa toda forma de amor...” 



Respeito: 

O termo passa a ter a função de obrigar os outros a aceitarem todo e qualquer ato, comportamento ou ideia como correto, sem nenhum questionamento. Ter repeito por alguém deixa de ser algo referente a ela em si e passa a ser relacionado a sua condição ou ao que ela pensa, fala ou representa. Um exemplo é a campanha intitulada “TUDO COMEÇA PELO RESPEITO”, da Globo, em referência aos refugiados, onde é mostrado apenas como exemplificação duas categorias: negros e/ou árabes. Ou seja, repeitar os imigrantes é aceitá-lo de forma irrestrita, sem questionamentos, mas somente se ele for homens e mulheres negros ou homens e mulheres árabes. 



Liberdade de expressão: 

A distorção nesse caso está na colocação da condição velada de que a liberdade de expressão deve ser irrestrita, sem nenhuma forma de crítica que venha a impedi-la. Desta forma, tira de quem a esteja exercendo, a possibilidade de ser criticado. Normalmente é usado para beneficiar a mídia jornalística. Mas não se engane, não é aplicada em todos os casos, mas somente naqueles em que as pautas esquerdistas estão sendo alvo das críticas. Um exemplo atual é a do ativista disfarçado de jornalista, Glen Grewald, que alega o direito à liberdade de expressão para justificar suas matérias sustentadas por atos ilegais e criminosos, como obtenção de informações através de invasões de celulares de autoridade ou de manipulações e edições de dados obtidos também de forma ilegal. Para as pessoas comuns o direito a liberdade de expressão também seguirá o critério de que só se exigirá se tal liberdade produziu algo que favoreceu essas pautas progressistas. Falo assim, por que, de fato, essa manipulação é algo majoritariamente produzida pelo esquerdismo. 



Sedução: 

Passa a ser crime, mas, somente se for promovida por um homem contra uma mulher. O que naturalmente ocorria como algo intrínseco a relação homem/mulher, como é entre os animais macho/fêmea, onde a sedução faz parte do processo que completa a relação que vai perpetuar as espécies, agora ganha ares de crime com pitadas sexistas contra os homens. Um psiu, uma cantada, uma proposta mais atirada, uma mão mais atrevida ou mesmo um olhar mais insistente podem ser tratados como crime. Já para as mulheres, praticamente tudo é permitido: vestidos decotados, olhares sedutores, palavras picantes, esfregadas em transporte públicos... A palavra nunca será usada com essa conotação criminosa em relação as mulheres. 



Fake news: 

Originalmente cunhada pelo presidente do EUA, Donald Trump, para se referir as matérias mentirosas ou difamatórias feitas pela mídia jornalística americana contra si. O termo está atrelado de forma inseparável à mídia jornalística, já que ela é que tem a credibilidade para dizer algo e isso ser tratado pela audiência como notícia. No entanto, o sentido da palavra foi distorcido, passando a se referir a qualquer postagem nas redes sociais, comentários, imagens editadas, áudios falsos com intuitos humorísticos, memes etc que não representem a verdade de fato. Isto foi feito para se promover, de alguma forma, uma censura focada e seletiva sobre determinados grupos e ideias para proteger determinadas pessoas ou grupos, principalmente políticos. 




Violência doméstica: 

A referência correta do termo é toda e qualquer violência que ocorra no ambiente familiar ou entre membros de uma família. Ai incluiríamos violências causadas de pai pra filho(a), mãe pra filho(a), avós para netos(as), netos para avós, babá para criança, entre irmãos, entre tio e sobrinho(a), entre marido e mulher e entre mulher e marido... No entanto, apenas uma relação de violência é hoje abordada quando se fala de violência doméstica: de marido para a mulher. O foco é proposital para produzir o empoderamento feminino, pois assim, colocando uma lupa sobre os casos de violência do homem para com a mulher e desprezando os outros, principalmente os da mulher contra o homem, se cria na sociedade uma falsa percepção de que a mulher é sempre vítima inocente de um machismo cada vez mais atuante em nossa sociedade e de que ela é incapaz de produzir violência. 


Fascista/Fascismo:

Fascista seria todo aquele defensor dos ideais do regime autoritário italiano denominado de Fascismo. Porém, na novilíngua, fascismo passou a ser aquele suposto conjunto de idéias conservadoras que impediriam o progressismo esquerdista de implementar a “paz e a eliminação das mazelas sociais”. O fascista é aquele ser que tem uma opinião diferente de um esquerdista, que defende a propriedade privada, o Estado mínimo, a cristandade, a família, as tradições e os conceitos morais. O fascista é o opositor do socialismo/comunismo que se atreve a si manifestar em sua oposição.



A relação de termos é imensa, eu diria infinita, já que praticamente tudo pode ser alvo da novilíngua e vai depender do interesse de seus promotores. 

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