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terça-feira, 2 de abril de 2019




Alan Turing – Gênio e pervertido sexual.


Alan Mathison Turing nasceu em Londres em 1912 e foi um grande matemático, criptoanalista e cientista da computação, ficando famoso por desenvolver essa ciência, por elaborar o conceito de algoritmo e por ter criado a máquina de Turing que teve um grande papel na formulação da ciência da computação e da inteligência artificial. Por sua genialidade na área foi intitulado posteriormente como o pai da computação.

Mas foi durante a 2ª grande guerra que sua genialidade foi posta a prova e se mostrou para mundo. Turing trabalhou na produção de técnicas para quebrar os códigos alemãs. Sua máquina eletromecânica foi a responsável pela quebra da codificação dos códigos da SS naval alemã, realizados pela máquina Enigma.



Máquina eletromecânica de Alan Turing

Depois da guerra, Turing trabalhou no laboratório Nacional de Física do Reino Unido criando os primeiros projetos para a construção de um computador. Seu interesse também se voltou para a Química, onde realizou importantes trabalhos sobre reações químicas.

Em junho de 1940, Joan Clarke foi trabalhar para Alan Turing e em pouco tempo estavam casados. Alan anuncia a Joan que tem “tendências homossexuais”, mas, mesmo assim, o relacionamento não se desfez. O noivado continuou e ele deu a ela um anel. Alan também levou Joan para Guildford para conhecer sua mãe. Eles também almoçaram com seus pais, William e Dorothy Clarke. Alan contou a Joan sobre alguns de seus relacionamentos homossexuais, mas afirmou que esse tipo de comportamento já não existia mais. Ele até disse que gostaria que eles tivessem filhos. No entanto, finalmente decidiu que não poderia continuar com o casamento e rompeu o relacionamento.


Joan Clarke ficou casada com Alan Turing por pouco tempo.

Mas foi na relação afetiva e intelectual que construiu com Christopher Morcom, quando tinha 16 anos de idade, que Turing encontrou sua vocação para as ciências exatas. Morcom foi, além de um caso amoroso, o estímulo acadêmico que deu início à carreira de Turing, incentivando-o a pesquisa e ao cálculo.


Alan Turing teve um caso amoroso com o garoto Christopher Morcom.

Em 1930, Christopher morreu de pneumonia e, duas semanas mais tarde, Turing escreveu uma carta à mãe de Morcom, que foi lida pelo ator Benedict Cumberbatch, que o interpretou no filme O Jogo da Imitação, de 2014.


Cara Sra. Morcom,
Quero lhe dizer o quanto sinto em relação a Chris. No último ano, trabalhamos continuamente juntos e tenho certeza que não encontraria um companheiro tão brilhante e interessante como ele. 
Eu considerava meu interesse no trabalho, ou em algo como a astronomia (ciência a que ele me introduziu), como alguma coisa que eu precisava compartilhar com ele, e acho que seu sentimento era o mesmo em relação a mim.
Embora esse interesse agora tenha parcialmente acabado, sei que tenho de pôr a mesma energia, senão o mesmo interesse, no trabalho, como se Christopher estivesse vivo, porque era isso que ele queria.
Não imagino que a senhora pudesse ter uma perda maior que essa.

Do seu
Alan Turing


Seu nome não ficaria relacionado apenas a área científica. Sua vida íntima seria exposta ao mundo. Homossexual assumido, se tornou alvo de um processo criminal relacionado as transgressões de sua opção sexual. Condenado em 1952, aceitou a punição alternativa da prisão que era o tratamento por “castração química” que inibiria seus arroubos sexuais homoafetivos.

O ativismo gayzista, no entanto,  acolheu o seu caso como um exemplo de uma suposta intolerância aos homossexuais da Londres dos anos 50, ao tachá-lo de vítima de preconceito e intolerância, mas o caso é bem diferente do que tentam passar.

Na verdade Turing não era apenas um homossexual, mas sim um pervertido sexual homoafetivo que saia pelas ruas nas madrugadas em busca de sexo gay em lugares públicos e de forma inconsequente.

Arnold Murray, caso furtivo de Alan Turing.


Em dezembro de 1951, Alan Turing conheceu Arnold Murray, um jovem desempregado de 19 anos, enquanto caminhava pelas ruas de Manchester. Alan convidou-o para almoçar no restaurante do outro lado da rua. Eles concordaram em se encontrar novamente e em 12 de janeiro de 1952, Arnold visitou a casa de Alan, em Wilmslow. Dois dias depois, ele passou a noite com Alan. Não querendo ser tratado como uma prostituta, Arnold rejeitou os esforços de Turing para lhe dar dinheiro. No dia seguinte, Alan percebeu que faltavam 10 libras de sua carteira. Quando o viu mais tarde naquela semana, ele acusou Arnold de roubar seu dinheiro. Ele negou, mas admitiu que estava endividado e pediu um empréstimo de 3 libras. Em 18 de janeiro, Arnold pediu-lhe outras 7 libras. Em 23 de janeiro, Turing chegou a sua casa e encontrou-a arrombada. Ele escreveu ao seu amigo, Fred Clayton:


 "Acabaram de invadir minha casa, e ainda estou a cada minuto sentindo falto de algo. Felizmente estou seguro, e isso é o que importa. Mas a coisa toda tem teve um efeito muito perturbador, especialmente porque se seguiu logo após um roubo de minha parte na Universidade".


Alan Turing relatou o roubo à polícia e dois policiais da CID chegaram para tirar impressões digitais na casa. Em 02 de fevereiro, Arnold voltou para a casa de Alan. Depois de alguns drinques juntos, Arnold admitiu que um amigo dele, Harry, um desempregado de vinte anos, era responsável pelo roubo. Na manhã seguinte, Alan relatou essa informação à polícia. Harry estava sob custódia em outra acusação e eles já haviam combinado suas impressões digitais com as encontradas na casa de Alan. Os oficiais do CID começaram a perguntar-lhe sobre seu relacionamento com Arnold. Ele confessou ter um relacionamento homossexual com ele e depois escreveu uma declaração de cinco páginas dando detalhes completos do que havia ocorrido entre eles. Alan acrescentou que estava convencido de que o Parlamento estava prestes a "legalizá-los".

Turing escreveu para Joan Clarke, sua ex esposa que agora estava em outro relacionamento. Ele admitiu que estava fazendo sexo com outros homens e que "ele havia sido descoberto". Joan tentou assegurar-lhe que ele não seria enviado para a prisão e afirmou que "vocês não são mais tão selvagens como costumavam ser". Disseram a ele que apenas 174 dos 746 homens processados ​​por comportamentos imorais e indecentes haviam sido presos e, em sua maioria, por menos de seis meses e que ele também era um “infrator primário”, o que diminuiriam as chances de prisão.

Turing e Murray foram a julgamento em 31 de março de 1952. Max Newman e Hugh Alexander ambos apareceram como testemunhas. Turing e Murray foram considerados culpados.

Então, diante de reiteradas situações onde Alan Turing apresentava comportamentos fora da lei em questões sexuais e de afronta a moralidade vigente, foi preso. Murray recebeu uma pena em prisão domiciliar. Turing aceitou em substituição a prisão, a opção de tratamento via injeções de stilbestrol, um estrogênio sintético; este tratamento foi continuado durante um ano (a castração química não era obrigatória ou impositiva como pena). Turing escreveu a seu amigo, Philip Hall:

"Estou preso há um ano e obrigado a fazer esta organoterapia no mesmo período. Para supostamente reduzir o meu desejo homossexual... Os psiquiatras parecem pensar que é inútil tentar fazer qualquer psicoterapia".

Afirmar que a homossexualidade era ilegal no Reino Unido no início dos anos 50, não é de fato uma verdade, o que se condenava eram comportamentos sexuais inapropriados em locais públicos. Os homossexuais, devido ao estilo de vida noturno e promiscuo normalmente procuravam sexo nas ruas escuras e em locais como banheiros e praças públicas, de forma continuada. Alguns até mesmo com menores de idade. Por isso eram constantemente “vítimas” da lei.


As cartas:

Foram cartas divulgadas pelo sobrinho de Alan Turing, sir Dermot Turing, que está para lançar um livro a respeito do tio intitulado Prof.: Alan Turing Decoded. As cartas, acredita, confirmam o sofrimento por que o matemático passou em seus últimos anos de vida:

“Ele estava fazendo psicoterapia, mas ao mesmo tempo seus hormônios foram eliminados… [Essa correspondência] confirma que ele vivia bastante perturbado, uma suposição histórica, agora confirmada.”

Carta ao amigo Nuck Furbank

“Eu tive um sonho que indicava claramente que estou a caminho de ser hétero, mas eu não aceito isso com muito entusiasmo, desperto ou sonhando.”

Ele também relata sobre a convivência com sua mãe:

"Mãe está ficando aqui, e parece que estamos nos dando bem melhor. Eu a submeti a uma boa dose de instrução sexual e ela parece ter suportado isso bastante bem. Outra noite eu tive um sonho um tanto absurdo, no qual eu perguntava a minha mãe o que ela achava de eu ir para a cama com alguns homens, e ela dizia: “Ah, tudo bem, mas não saia andando por aí pelado como você fazia antes”.

Em outro trecho, Turing planejava suas férias na ilha grega de Corfu, e sonha com um relacionamento sério:

"Espero me deitar no sol, falar francês e grego moderno, e fazer amor, apesar de que o sexo e a nacionalidade… ainda hão de serem decididos: na verdade, é bem possível que essa parte seja totalmente omitida. Eu desejo ter um relacionamento permanente e posso sentir-me inclinado a rejeitar qualquer coisa desse tipo que, por sua natureza, possa não ser permanente."

  
Morte: Suicídio ou envenenamento acidental?

Alan Turing Morreu algumas semanas antes de seu aniversário de 42 anos, devido a um envenenamento por cianeto. Em 08 de junho de 1954, um criado de Turing encontrou-o morto (o que tinha ocorrido no dia anterior), em sua residência em Wilmslow, Cheshire.  Quando seu corpo foi descoberto, uma maçã estava meio comida ao lado de sua cama, e embora a maçã não tenha sido testada quanto ao cianeto, especula-se que este foi o meio pelo qual uma dose fatal foi ingerida. Um inquérito determinou que ele tinha cometido suicídio, tendo sido então cremado no crematório de Woking em 12 de junho de 1954.

A mãe de Turing, no entanto, argumentou com veemência que a ingestão fora acidental, causada pelo armazenamento descuidado de seu filho de produtos químicos de laboratório. Segundo sua mãe, ele se intoxicou mortalmente por acidente enquanto banhava talheres em ouro.



O biógrafo Andrew Hodges sugere que Turing pode ter se matado deliberadamente de forma bastante ambígua para dar à sua mãe alguma negação plausível. Outros sugerem que Turing estava encenando uma cena do filme Branca de Neve, de 1937, seu conto de fadas favorito, salientando que ele tinha "um prazer especialmente mordaz na cena em que a bruxa malvada mergulha a maçã na poção venenosa".

Jack Copeland defende que a morte pode ter sido acidental como resultado de inalação de vapores de cianeto durante uma experiência química conduzida no improvisado laboratório que tinha em casa e onde já anteriormente sofrera acidentes por descuido. O mesmo autor afirma que - contrariamente ao que se tem afirmado - profissionalmente o trabalho lhe corria bem, que andava alegre e que interagia socialmente com normalidade e boa disposição. Constata que a maçã encontrada à cabeceira não foi testada laboratorialmente para determinar a presença de cianeto, que os níveis do veneno no organismo eram uniformes, portanto mais compatíveis com a inalação lenta do que com a ingestão. Conclui, deste modo, que a investigação foi mal conduzida e precipitada e que os elementos disponíveis não indiciam necessariamente que a causa da morte seja suicídio.


Estátua de Alan Turing com sua fotografia na parede.

Pedidos oficiais de desculpa?

Por muitos anos, foram feitas campanhas que envolveram ativistas do meio político e do público LGBT e em 11 de setembro de 2009, 55 anos após sua morte, o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, seguindo um pedido feito através de uma petição direcionada ao governo britânico, pediu desculpas formais em nome do governo pelo tratamento desumano dado a Turing: Não houve um pedido de perdão pela condenação, mas sim pela forma como foi posta a pena:

“Milhares de pessoas se uniram para exigir justiça para Alan Turing e reconhecimento da forma aterradora com que foi tratado. Ainda que Turing tenha sido tratado sob as leis da época e nós não possamos voltar no tempo, seu tratamento foi evidentemente injusto e eu tenho o prazer de ter a chance de pedir profundas desculpas por tudo pelo que lhe aconteceu. Então, em nome do governo britânico e de todos que vivem em liberdade graças ao trabalho de Alan eu orgulhosamente digo: Perdão, você merecia algo muito melhor”.

Turing recebeu o perdão da Rainha em 2013, quando a Inglaterra enfim legalizou o casamento homossexual.

É lógico que o que aconteceu com Alan Turing não foi uma perseguição preconceituosa contra um homossexual ou uma ação homofóbica estatal contra um gênio gay, mas tão somente o cumprimento da lei vigente a época. Comportamentos degradados na área sexual sempre foram alvos de julgamento ou mesmo de punição, sem que isso fosse uma ação restrita a um período arcaico e retrógrado.


O escritor Oscar Wilde e o cantor George Michael.

Os casos, do passado de Oscar Wilde, e o recente de George Michael, comprovam essa afirmação. Mesmo assim o ativismo gayzista não se envergonha de tachá-los de “vítimas de uma sociedade preconceituosa e homofóbica" e de afirmar que eles foram presos tão somente por serem homossexuais e não por terem cometidos crimes sexuais.

Em maio de 1895, Oscar Wilde, foi condenado a dois anos de prisão, com trabalhos forçados, por "cometer atos imorais com diversos jovens rapazes", ou seja, com meninos menores de idade (o conceito jurídico do crime de pedofilia ainda não existia). Já George Michael  foi julgado 1998 por atos libidinosos em banheiro público. 


Oscar Wilde e um dos seus amores pré adolescente.


Matéria jornalística sobre o comportamento desregrado do George Michael.

Lei de Turing:

No ano de 1967, as leis do Reino Unido deixaram de considerar determinadas transgressões homossexuais como crime passíveis de prisão e em 2017 a lei de Turing cancelou a condenação de todos aqueles homens que foram condenados por esses tipos de comportamentos sexuais. Cerca de 15 mil dos 65 mil condenados naquele tempo ainda estão vivos.




Cinebiografias:

Parte de sua vida foi retratada no filme Breaking the Code, de 1996, com o ator Derek Jacobi no papel principal.

Em 2014, Turing foi retratado em The Imitation Game, interpretado por Benedict Cumberbatch. Dirigido pelo norueguês Morten Tyldum, filme é focado em Turing durante a Segunda Guerra, com seu trabalho decisivo para a criação da Bomba Eletromecânica, além de passagens de sua infância (onde o jovem Turing é interpretado por Alex Lawther) e o pós-guerra, onde Turing foi preso por sodomia e forçado à castração química.

Fonte:
https://spartacus-educational.com/Alan_Turing.htm


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